quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Conheça os erros gramaticais mais comuns nas redações de concursos e vestibulares e como evitá-los




Dicas de como evitar erros, que podem comprometer o seu desempenho na redação de concursos, vestibulares e ENEM

O caminho para uma redação perfeita é árduo. Diversos pontos devem ser entendidos, observados e aplicados ao texto para não o comprometer.


A primeira, e mais infalível dica, é a leitura. Essa é, uma das mais importantes, entre as formas para realmente se aprender a escrever bem, pois grande parte do aprendizado se dá ao longo do tempo, com o convívio com a língua padrão. E onde está a língua culta? Nos livros, é claro!
Além da leitura, também é preciso exaltar o hábito da escrita, já que é a partir dele que se coloca em prática as normas da língua.

Confira as dicas para os principais erros nas redações


Verbo Haver 

Muitos desses erros estão relacionados com o verbo haver.
Dificilmente candidatos acertam o emprego desse verbo, porque aprendemos que os verbos concordam com o núcleo do sujeito de uma frase. Contudo, na língua portuguesa, sempre existem exceções.

Observe:

Um erro muito comum, observado, tanto na comunicação oral quanto na escrita, é a flexão do verbo “haver”. 
Esse verbo, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, é impessoal. Isso significa que permanece na terceira pessoa do singular, pois não tem sujeito. Portanto, é errônea a flexão do verbo no plural. 
É provável que a origem do erro seja a associação da conjugação do verbo “haver” com os verbos “existir” e “ocorrer”, pois esses têm sujeito e, consequentemente flexionam-se de acordo com o número e a pessoa.

Veja os exemplos:


Ocorrerão mudanças.
Existirão mudanças.

Com o verbo “haver”, a regra é diferente – permanece no singular: 

Haverá mudanças.
Como sinônimo dos verbos “ocorrer” e “existir”, portanto, o verbo “haver” permanece invariável.

Não se pode, no entanto, afirmar que o verbo “haver” nunca vai para o plural. Ele pode, por exemplo, desempenhar a função de verbo auxiliar (que indica pessoa, tempo e modo verbal; sinônimo de “ter” nos tempos compostos). Nesse caso, o verbo é conjugado no plural.

Observe: 

Eles haviam chegado cedo.
Eles tinham chegado cedo.

Além disso, como verbo pessoal - com sujeito,-pode assumir o sentido de “obter”, “considerar”, “lidar”, ainda que esses usos sejam menos recorrentes:

Houveram (= “obter”)  do juiz a comutação da pena (sujeito: “comutação da pena”).

Nós havemos (= “considerar”) por honesto. (sujeito: “nós”)

Os alunos houveram-se (= “lidar”) muito bem nos exames. (sujeito: “os alunos”)


Dessa maneira, o verbo “haver”  precisa ser usado com atenção - especialmente, quando ele é impessoal -  para evitar erros gramaticais

Onde 

É um erro comum usar a palavra onde para se referir a não-lugares.

Onde só retoma lugar, entenda.

Veja o exemplo:

A felicidade é um sentimento onde todos querem possuir.
A felicidade é um sentimento que todos querem possuir.
Para retomar um nome que não é um lugar concreto, o correto é usar em que, no qual, nos quais, na qual ou nas quais.


Pronomes demonstrativos 

Uma confusão recorrente acontece entre pronomes demonstrativos como este, esse e aquele. É importante entender que: Essas são formas usadas para retomar ou anunciar nomes que utilizamos ou utilizaremos. Servem para não se repetir várias vezes a mesma palavra.

Já os pronomes: este, esta e isto são usados para anunciar um fato pela primeira vez. 

Por exemplo, na frase: O maior problema do continente africano é este: a fome.

Esse, essa e isso servem para retomar algo recentemente dito. 

Exemplo: O maior problema do continente africano é a fome. Essa se apresenta também em países asiáticos.

Aquele, aquela e aquilo usa-se para retomar um nome dito antes do último nome que aparece: Gosto mais do Rio de janeiro do que de São Paulo. Aquele porque tem mar.

Quando houver três elementos, o correto é: Tenho três irmãos: Antônio, Arnaldo e Amadeu. Aquele é arquiteto, esse é advogado e este aeronauta. 

Veja exemplos do mau uso desses pronomes: No texto é necessário conhecer as próprias limitações. Isto deve ser feito aos poucos, o correto seria isso, por fazer referência a uma ideia já apresentada. 


Concordância 

Os candidatos costumam fazer a concordância do verbo com a palavra que vem imediatamente antes dele, como: a participação dos manifestantes foram muito importantes ou as roupas da Joana é muito bonita.

Para fugir desse erro lembra-se que o verbo concorda com o núcleo do sujeito. Nas frases anteriores, participação é o núcleo do sujeito da primeira frase, por isso, o verbo fica no singular. Na segunda frase, roupas é o núcleo do sujeito, então o verbo fica no plural.

Outro erro de concordância comum: Fazem dois anos que existe o problema. Os verbos fazer e haver, quando indicam tempo cronológico, não têm plural. 

O correto, nesse caso é: Faz dois anos que existe o problema.


Pleonasmo 

Tenha cuidado com textos cheios de ideias que chegam a um mesmo ponto, pois quanto mais repetidas forem as ideias, mais claro fica que o candidato não tem conhecimento suficiente para escrever um bom texto.

Veja um exemplo de redundância muito comum: 

Aconteceu uma manifestação há dez dias atrás – nesse caso ou se usa ou atrás.

Pontuação 

Nota-se que os candidatos costumam colocar vírgula quando lhes falta ar, quando precisam de uma pausa para respirar. No entanto, a vírgula é uma questão sintática e não de entoação.
 É importante entender que a ordem padrão de uma frase na língua portuguesa é: sujeito + verbo + complementos (direto e/ou indireto) + adjunto adverbial.

A dica, nesse caso, é: Se a frase estiver nessa ordem, não há motivos para o uso da vírgula, apenas o adjunto adverbial - se ele estiver em outra posição que não seja o final da frase, exigirá que se coloque a virgula. 

Além dessa, há outras regrinhas da vírgula que convêm serem estudadas. É necessário que se conheça as regras de pontuação para garantir o sentido do texto. Ademais, não abuse das exclamações e evite o uso dos parênteses.


Coloquialismo 

Esse é um dos principais erros nas redações, já que muitos fazem uso de gírias ou expressões corriqueiras do no dia a dia, o que torna o texto informal. O correto é substituí-las pela norma culta.

É preciso entender que a escrita não funciona exatamente do modo como falamos. Atenção: palavras estrangeiras só deverão ser usadas quando não houver outra com o mesmo significado em português.


Uso da primeira pessoa do singular 

O uso do "eu" nas provas é um erro constante. Lembre-se que o gênero dissertado – argumentativo exige a impessoalidade. É aceitável, no máximo, o uso primeiro pessoa do plural – nós - que marca a coletividade, demonstrando que o pensamento ali exposto é compartilhado por um grupo.

Nunca use expressões como: na minha opinião ou eu acho.


Clichês e generalizações
 
Clichês, frases prontas e provérbios devem ser evitados, pois demonstram falta de originalidade ao expor suas opiniões.

Não use termos generalizadores como: todo mundo, o mundo inteiro, entre outros.


Semelhança sonora 

Atenção aos exemplos:

haver no lugar a ver;

encontrão no lugar de encontram;

mau no lugar de mal; 

mais no lugar de mas; 

Esses equívocos se repetem, a cada ano, nas redações dos vestibulares e concursos no nosso país. 

Assim como erros ortográficos recorrentes nas redações: consiente, siguinificar, extresse, supérfulos. 

Quando as grafias corretas são: consciente, significar, estresse, supérfluos. Há ainda, a junção errada de elementos, como:



  • encomum - no lugar de em comum;
  • com certeza - em vez de com certeza;
  • encontra partida - quando o correto é em contrapartida;
  • apartir - em vez de a partir;
  • porisso - no lugar de por isso.


Boa sorte nos estudos, e se precisar de ajuda ligue ou envie um whatsap: (34) 99149 2401

Fátima Oliveira


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