A coerência é sinônimo de lógica, de harmonia. Um texto é coerente quando as idéias expostas estão amarradas de tal maneira que sua conexão fica
clara para o leitor.
1) Unidade semântica
Um texto deve tratar, do início ao fim, de um só tema e uma TESE relacionada a ele. Isso é chamado de unidade semântica.
Por exemplo, se o seu texto defende a TESE: quais são as causas da violência nas grandes cidades brasileiras? E nos parágrafos de desenvolvimento você defende outra TESE, como por exemplo a falta de policiamento nos bairros acontece aqui uma quebra da unidade semântica e o texto perde o sentido, portanto a coerência.
2) Progressão textual
Não é à toa que se bate tanto na tecla sobre a importância da estrutura de um texto, pois é ela o que garante a progressão textual. Veja como se compõe a estrutura interna de um texto bem escrito:
Introdução = Exposição do tema + TESE
Expor o tema é apresentar o assunto pedido na proposta. Clique aqui e conheça formas de expor o tema com segurança.
A TESE será criada a partir dessa exposição, entende? Ela será favorável ou contrária ao que você escreveu para introduzir o TEMA.
Veja um exemplo:
Os parágrafos de desenvolvimento devem trazer um argumento que defenda a TESE escolhida na introdução e estratégias argumentativas que deem credibilidade a ele.
Veja o exemplo:
3) Não contradição entre as partes
Um texto coerente apresenta partes que complementam o sentido umas das outras.
Veja o parágrafo de conclusão. Ele põe fim à discussão provocada pela TESE e retoma o TEMA mostrando que o escritor não os perdeu de vista.
Em Platão e Fiorin, (1996, p.
397) encontramos diferentes níveis de coerência:
a)
Coerência narrativa
quando as implicações lógicas
entre as partes da narrativa são respeitadas. Numa narrativa, as ações
acontecem num tempo sucessivo, de forma que o que é posterior depende do que é
anterior.
b)
Coerência argumentativa
diz respeito às relações de
implicação ou de adequação que se estabelecem entre pressupostos ou afirmações
explícitas no texto e as conclusões decorrentes destes.
Alguns raciocínios lógicos se
prestam como exemplos de incoerência argumentativa, tais como: Toda cidade tem
pobres. João Pessoa tem pobres. Logo, João Pessoa é uma cidade.
Existe nesta afirmação uma
inadequação, entre as “premissas” e a conclusão, pois pode haver pobres em lugares
que não são cidades ou vice-versa.
c)
Coerência figurativa
quando há uma compatibilidade
entre temas e figuras ou de figuras entre si.
As figuras se encadeiam num
percurso, para manifestar um determinado tema, por isso, têm que ser
compatíveis umas com as outras, senão o leitor não percebe o tema que se deseja
veicular.
d)
Coerência espacial
diz respeito à compatibilidade
entre os enunciados do ponto de vista de localização no espaço.
e)
Coerência temporal
é a
que respeita as leis da sucessividade dos eventos ou apresenta uma
compatibilidade entre os enunciados do texto, do ponto de vista da localização
no tempo.
As
ações temporais devem ser sequenciadas numa temporalidade compatível, de modo
que seja possível ao leitor acompanhar essa sequência temporal. Caso contrário,
efetiva-se uma subversão na sucessividade dos eventos, ocasionando a
incoerência.
Parece
estranho dizer, por exemplo: “Acordei cedo, hoje, às dez horas. Fui ao
trabalho, vesti a roupa, tomei banho e fui caminhar, depois do almoço.”
Há uma
incompatibilidade na sucessividade das ações, de forma que facilmente se
percebe a incongruência dos fatos.
f)
Coerência no nível da linguagem
é a
compatibilidade do ponto de vista da variante linguística escolhida, em nível
do léxico e da organização sintática utilizada no texto. Incoerente, pois, usar
expressões chulas ou de linguagem informal num texto caracterizado pela norma
culta formal.
A não
ser em textos, cujo gênero seja permitido tal uso.
.
Exercício:
Leia o texto abaixo, se houver incoerências nele, aponte-as:
“João Carlos vivia em uma pequena casa construída no alto de uma colina árida, cuja frente dava
para o Leste. Desde o pé da colina se espalhava em todas as direções, até o horizonte, uma planície
coberta de areia. Na noite em que completava 30 anos, João, sentado nos degraus da escada à frente de
sua casa, olhava o sol poente. E observava como a sua sombra ia diminuindo no caminho coberto de
grama. De repente, viu um cavalo que descia para a sua casa. As árvores e a folhagem não lhe permitiam
ver distintamente; entretanto observou que o cavalo era manco. Ao olhar mais de perto verificou que o
visitante era seu filho Guilherme, que havia 20 anos partira para alistar-se no exército, e, em todo esse
tempo, não tinha dado sinal de vida. Guilherme, ao ver o pai, desmontou imediatamente, correu até ele,
lançando-se nos seus braços e começando a chorar.
(In Koch, Ingedore & Travaglia, Luiz Carlos. A
coerência textual. São Paulo: Contexto, 1990).
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