Dicas de como evitar erros, que podem comprometer o seu desempenho na
redação de concursos, vestibulares e ENEM
O
caminho para uma redação perfeita é árduo. Diversos pontos devem ser entendidos,
observados e aplicados ao texto para não o comprometer.
A primeira, e mais infalível
dica, é a leitura. Essa é, uma das mais importantes, entre as formas para realmente
se aprender a escrever bem, pois grande parte do aprendizado se dá ao longo do
tempo, com o convívio com a língua padrão. E onde está a língua culta? Nos
livros, é claro!
Além da leitura, também
é preciso exaltar o hábito da escrita, já que é a partir dele que se coloca em
prática as normas da língua.
Confira as dicas
para os principais erros nas redações
Verbo Haver
Muitos desses erros
estão relacionados com o verbo haver.
Dificilmente candidatos
acertam o emprego desse verbo, porque aprendemos que os verbos concordam com o
núcleo do sujeito de uma frase. Contudo, na língua portuguesa, sempre existem
exceções.
Observe:
Um erro muito comum,
observado, tanto na comunicação oral quanto na escrita, é a flexão do verbo “haver”.
Esse
verbo, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, é impessoal.
Isso significa que permanece na terceira pessoa do singular, pois não tem
sujeito. Portanto, é errônea a flexão do verbo no plural.
É provável que a
origem do erro seja a associação da conjugação do verbo “haver” com os verbos
“existir” e “ocorrer”, pois esses têm sujeito e, consequentemente flexionam-se de acordo
com o número e a pessoa.
Veja os exemplos:
Ocorrerão mudanças.
Existirão mudanças.
Com o verbo “haver”, a regra é diferente – permanece no singular:
Haverá mudanças.
Como sinônimo dos verbos “ocorrer” e “existir”, portanto, o verbo “haver” permanece invariável.
Não se pode, no entanto, afirmar que o verbo “haver” nunca vai para o plural. Ele pode, por exemplo, desempenhar a função de verbo auxiliar (que indica pessoa, tempo e modo verbal; sinônimo de “ter” nos tempos compostos). Nesse caso, o verbo é conjugado no plural.
Observe:
Eles haviam chegado cedo.
Eles tinham chegado cedo.
Além disso, como verbo pessoal - com sujeito,-pode assumir o sentido de “obter”, “considerar”, “lidar”, ainda que esses usos sejam menos recorrentes:
Houveram (= “obter”) do juiz a comutação da pena (sujeito: “comutação da pena”).
Nós o havemos (= “considerar”) por honesto. (sujeito: “nós”)
Os alunos houveram-se (= “lidar”) muito bem nos exames. (sujeito: “os alunos”)
Dessa maneira, o verbo “haver” precisa ser usado com atenção - especialmente, quando ele é impessoal - para evitar erros gramaticais
Onde
É um erro comum usar a palavra onde
para se referir a não-lugares.
Onde
só retoma lugar, entenda.
Veja o exemplo:
A felicidade é um
sentimento onde todos querem possuir.
A felicidade é um
sentimento que todos querem possuir.
Para retomar um
nome que não é um lugar concreto, o correto é usar em que, no qual, nos quais, na qual ou nas quais.
Pronomes
demonstrativos
Uma confusão recorrente acontece entre pronomes demonstrativos como este, esse e aquele. É importante entender que: Essas são formas usadas para retomar ou anunciar nomes que
utilizamos ou utilizaremos. Servem para não se repetir várias vezes a mesma
palavra.
Já os pronomes: este, esta e isto são usados
para anunciar um fato pela primeira vez.
Por exemplo, na frase: O maior
problema do continente africano é este:
a fome.
Esse,
essa e isso servem para retomar
algo recentemente dito.
Exemplo: O maior problema do continente africano é a
fome. Essa se apresenta também em
países asiáticos.
Aquele, aquela e aquilo usa-se
para retomar um nome dito antes do último nome que aparece: Gosto mais do Rio
de janeiro do que de São Paulo. Aquele porque
tem mar.
Quando houver três
elementos, o correto é: Tenho três irmãos: Antônio, Arnaldo e Amadeu. Aquele é arquiteto, esse é advogado e este aeronauta.
Veja exemplos do mau uso desses pronomes: No texto
é necessário conhecer as próprias limitações. Isto deve ser feito aos poucos, o correto seria isso, por fazer referência a uma ideia já
apresentada.
Concordância
Os candidatos costumam fazer a concordância do verbo com a palavra que vem
imediatamente antes dele, como: a participação dos manifestantes foram muito
importantes ou as roupas da Joana é muito bonita.
Para fugir desse
erro lembra-se que o verbo concorda com o núcleo do sujeito. Nas frases
anteriores, participação é o núcleo
do sujeito da primeira frase, por isso, o verbo fica no singular. Na segunda
frase, roupas é o núcleo do sujeito,
então o verbo fica no plural.
Outro erro de
concordância comum: Fazem dois anos
que existe o problema. Os verbos fazer
e haver, quando indicam tempo
cronológico, não têm plural.
O correto, nesse caso é: Faz dois anos que existe o problema.
Pleonasmo
Tenha cuidado com textos cheios de ideias que chegam a um mesmo ponto, pois quanto
mais repetidas forem as ideias, mais claro fica que o candidato não tem
conhecimento suficiente para escrever um bom texto.
Veja um exemplo de
redundância muito comum:
Aconteceu uma manifestação há dez dias atrás – nesse caso ou se usa há ou atrás.
Pontuação
Nota-se que os candidatos costumam colocar vírgula quando lhes falta ar, quando
precisam de uma pausa para respirar. No entanto, a vírgula é uma questão
sintática e não de entoação.
É importante entender que a ordem padrão de uma
frase na língua portuguesa é: sujeito + verbo + complementos (direto e/ou
indireto) + adjunto adverbial.
A dica, nesse caso,
é: Se a frase estiver nessa ordem, não há motivos para o uso da vírgula, apenas
o adjunto adverbial - se ele estiver em outra posição que não seja o final da
frase, exigirá que se coloque a virgula.
Além dessa, há outras regrinhas da
vírgula que convêm serem estudadas. É necessário que se conheça as regras de
pontuação para garantir o sentido do texto. Ademais, não abuse das exclamações
e evite o uso dos parênteses.
Coloquialismo
Esse é um dos principais erros nas redações, já que muitos fazem uso de gírias
ou expressões corriqueiras do no dia a dia, o que torna o texto informal. O
correto é substituí-las pela norma culta.
É preciso entender
que a escrita não funciona exatamente do modo como falamos. Atenção: palavras
estrangeiras só deverão ser usadas quando não houver outra com o mesmo
significado em português.
Uso da primeira
pessoa do singular
O uso do "eu" nas provas é um erro constante. Lembre-se que o gênero dissertado
– argumentativo exige a impessoalidade. É aceitável, no máximo, o uso primeiro
pessoa do plural – nós - que marca a coletividade, demonstrando que o
pensamento ali exposto é compartilhado por um grupo.
Nunca use
expressões como: na minha opinião ou eu acho.
Clichês e
generalizações
Clichês, frases prontas e provérbios devem ser evitados, pois demonstram falta
de originalidade ao expor suas opiniões.
Não use termos generalizadores
como: todo mundo, o mundo inteiro, entre outros.
Semelhança
sonora
Atenção aos exemplos:
haver no lugar a ver;
encontrão no lugar de encontram;
mau no lugar de mal;
mais no lugar de mas;
Esses equívocos se
repetem, a cada ano, nas redações dos vestibulares e concursos no nosso país.
Assim como erros ortográficos recorrentes nas redações: consiente, siguinificar,
extresse, supérfulos.
Quando as grafias corretas são: consciente, significar, estresse,
supérfluos. Há ainda, a junção errada de elementos, como:
- encomum - no lugar
de em comum;
- com certeza - em
vez de com certeza;
- encontra partida - quando
o correto é em contrapartida;
- apartir - em vez de
a partir;
- porisso - no lugar
de por isso.
Boa sorte nos estudos, e se precisar de ajuda ligue ou envie um whatsap: (34) 99149 2401
Fátima Oliveira