quarta-feira, 5 de junho de 2013

A educação dos filhos nos nossos dias - Proposta de redação

E você, o que pensa sobre o assunto?

Segundo Durkheim (1978) já nos advertia sobre uma doença contraída no mundo atual: a anomia. Ausência de lei, de valores e de regras de organização, a anomia tem como sintoma o enfraquecimento da idéia de outro e da consciência de coletividade. Caracterizada por um fulminante estado de paixões humanas, essa "doença da modernidade" seria responsável pela dissolução e pelo relaxamento do espírito de disciplina. Espírito de disciplina que constitui, para esse autor, a condição fundamental para a manutenção do social e do coletivo.

Assim, convivendo com todas essas intercorrências sociais e relacionais do mundo atual, encontramo-nos diante de grandes dilemas; e o desafio torna-se ainda maior quando a tarefa é educar as crianças – responsáveis pela construção do futuro. Nessa empreitada, uma legião de pais e de outros educadores busca os ingredientes, as fórmulas e os melhores meios para conseguir o que acreditam ser uma educação saudável.

Após a leitura dos textos de apoio e usando os seus conhecimentos sobre o assunto, escreva uma dissertação argumentativa sobre o tema.

 
 
Educar frustrando

Em 14 de novembro, na Avenida Paulista, um grupo de cinco jovens agrediu outros jovens sem razão aparente. Não se sabe se o ato foi uma expressão de raiva homofóbica ou apenas a estupidez habitual de um grupinho de adolescentes soltos pelas ruas. Em entrevistas na Folha, os pais de dois dos agressores se colocaram à eterna questão dos adultos quando os filhos aprontam além da conta: "onde foi que a gente errou?".
Em geral, muito mais do que nos erros dos pais, a origem da conduta criminosa (ou simplesmente estúpida) de um adolescente está no grupo ao qual ele pertence ou ambiciona pertencer.
Mas o que me importa hoje é que os pais, ao interrogar-se sobre o que fizeram de errado, concluíram que talvez eles tivessem colocado poucos limites para os filhos. Os jovens teriam se extraviado porque "faltou pulso". Essa ideia é hoje um chavão: recusar, proibir, ou seja, frustrar os desejos dos jovens seria um ato formador do caráter. Àqueles a quem tudo seria dado não teriam noção da lei e dos limites; escravos de sua própria ânsia de satisfação imediata, eles não saberiam lidar com os contratempos da vida.
Para a psicanálise, privação e frustração não são bem a mesma coisa, mas, para o leigo, surge certa contradição: afinal, ser frustrado ou privado estraga ou forma o caráter de nossos rebentos?
Outra leitora, Maria Chantal Amarante, antevendo essa contradição, propôs uma solução: "Frustrar as necessidades básicas deixa feridas imensas" (e pode, portanto e por exemplo, levar à delinquência), mas não por isso seria menos necessário "frustrar os desejos e vontades ilimitados das crianças de hoje", para que elas não "cresçam achando que podem tudo". Como Maria Chantal, acho que muitas coisas devem ser recusadas às crianças — desde as que não são adaptadas à idade que elas têm até as que pediriam aos pais um sacrifício excessivo. Proibir as saídas noturnas e o uso prolongado de computador é ótimo e necessário, mas a autoridade que forma o caráter de um jovem não é só a que diz não às suas vontades; é também a que o autoriza a dizer sim na hora daquelas escolhas de vida que são custosas e decisivas e diante das quais é fácil amarelar.
(CALLIGARIS, Contardo. Educar frustrando?

Folha de S. Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1612201026.htm>. Acesso em: 1o maio 2011. Adaptado.).
 
 
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