Fatores de textualidade
→ contextualização
→ → coesão
→ → → coerência
→ → → → intencionalidade
→ → → → → informatividade
→ → → → → → aceitabilidade
→ → → → → → → situacionalidade
→ → → → → → → → intertextualidade
Coesão e coerência
·
COERÊNCIA: unidade de sentido no texto.
·
COESÃO: ligação entre os elementos superficiais do texto;o modo como eles
se relacionam.
Relação entre coerência e coesão
Fenômenos distintos: justificativas
a). a coesão contribui para
estabelecer a coerência, mas não garante a sua obtenção; pode haver um
seqüenciamento coesivo de fatos isolados que não têm condição de formar um
texto;
b). pode haver textos destituídos de coesão mas cuja
textualidade se dá ao nível da coerência.
Coerência
•
A coerência é algo que se estabelece na
interação, na interlocução, numa situação comunicativa entre dois usuários.
Há textos incoerentes?
Texto incoerente é
aquele em que o receptor (leitor ou ouvinte) não consegue descobrir qualquer continuidade
de sentido, seja pela discrepância entre os conhecimentos ativados, seja
pela inadequação entre esses conhecimentos e o seu universo cognitivo.
Texto coerente é o
que “faz sentido” para seus usuários, o que torna necessária a
incorporação de elementos cognitivos e pragmáticos ao estudo da coerência
textual. (KOCH; TRAVAGLIA, 1993, p. 32)
“[... ] não existe o texto
incoerente em si, mas [...] o texto pode ser incoerente em/para determinada
situação comunicativa. Assim, será bom o texto quando o produtor souber
adequá-lo à situação, levando em conta intenção comunicativa, objetivos,
destinatários, outros elementos da situação de comunicação em que é produzido,
uso dos recursos linguísticos etc. (KOCH; TRAVAGLIA, 1993, p. 37),
Coerência: de que depende, com se estabelece
a.
de elementos lingüísticos
(seu conhecimento e uso), bem como, evidentemente, da sua organização em uma
cadeia lingüística e como e onde cada elemento se encaixa nesta cadeia, isto é
do contexto linguístico;
b.
do
conhecimento de mundo bem como o grau em que esse conhecimento
é partilhado pelo(s) produtor(es) e receptor(es) do texto, o que se
reflete na estrutura informacional do texto, entendida como a
distribuição da informação nova e dada nos enunciados e no texto, em função de
fatores diversos;
c.
de fatores pragmáticos e interacionais,
tais como o contexto situacional, os interlocutores em si, suas crenças e
intenções comunicativas, a função comunicativa do texto. (KOCH; TRAVAGLIA, 1993,
p. 47)
COESÃO: RECURSOS COESIVOS
Para escrever de forma coesa, há uma série de recursos, como:
SUBSTITUIÇÃO
Pronominalização, ou
seja, o uso de pronomes em lugar de outros termos já expressos.
Os pronomes empregados nesse
caso de vários tipos.
•
Os quadros
de Van Cogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que
serviram até de porta de galinheiro.
Pronomes pessoais:
A pressão da sociedade de
consumo foi levada a tais extremos que os presentes de Natal já não os damos
por generosidade, mas por medo.
Pronomes demonstrativos:
Dinheiro não traz
felicidade. Quem diz isso está pensando em cruzeiros, porque dólar traz.
Pronomes relativos:
O homem é o único animal que
ri.
Pronomes indefinidos:
O mundo tem muitos idiotas,
mas, felizmente, estão todos nas outras mesas
Pronomes adverbiais:
Devagar se vai ao longe, mas
quando se chega lá não se encontra mais ninguém.
Pronomes numerais:
Chegaram separados o homem e
a mulher, mas logo os dois se sentaram juntos.
Sinônimos ou
quase sinônimos:
Os alunos das escolas
particulares estão em greve, pois esse foi o caminho que os estudantes
encontraram para protestar contra as altas mensalidades.
Logo depois de o sargento
ter sido vítima de um acidente, o militar foi levado ao hospital.
Ditados, cópias, redações,
todas essas atividades preenchiam o tempo de aula.
Termos resumitivos
São termos que funcionam
como uma espécie de conclusão parcial, reformulando o tema e reduzindo-o ao
essencial.
•
Até o século XIX as cidades ficavam em
contato bastante estreito com o campo ou com o mar, de maneira que o homem
podia satisfazer suas necessidades fisiológicas e psicológicas. Com a
industrialização, elas se desenvolveram unicamente em função de
imperativos econômicos ou políticos, ignorando os imperativos ecológicos
naturais. As conseqüências dessa expansão demorada foram trágicas.
O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso
preencher um sem-numero de papéis. Depois pagar uma infinidade de taxas. Todas
essas limitações acabam prejudicando o portador.
Nominalização
A transformação de uma frase
ou de uma proposição em grupo nominal, que pode ser feita a partir de:
UM VERBO.
•
Verificam-se os resultados. A
verificação dos resultados.
•
Eles
foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era
válido por serem parentes do assassino.
UM VERBO.
•
Verificam-se os
resultados. A verificação dos resultados.
•
Eles
foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho
não era válido por serem parentes do assassino.
UM SUBSTANTIVO
•
Ele não
suportou a desfeita diante de seu próprio filho. Desfeitear um homem de bem não
era coisa para se deixar passar em branco.
UM ADJETIVO
•
Este trabalho é fácil. A facilidade
deste trabalho.
Omissão
•
O soldado pretendia casar-se no final de
semana. Decidiu deixar o quartel e procurar a noiva.
•
O
ministro foi o primeiro a chegar. Abriu a sessão às oito em ponto e fez então
seu discurso emocionado.
Redução
Redução do
termo inicial, que possa ser representado por uma de suas partes.
•
O ditador Getúlio Vargas;
•
O ditador;
•
Getúlio Vargas;
•
O ditador Vargas;
•
O ditador Getúlio;
•
Getúlio;
•
Vargas;
Ampliação
Ampliação
consiste em aumentar de algum modo o termo antecedente, ora com acréscimo de
expressões que possuam julgamento de valor, ora com a inclusão de um novo
elemento que já poderia estar contido no antecedente.
•
Comprei esta casa no ano passado. Agora,
esta bela casa já custa dez vezes mais.
•
Lula pretende candidatar-se à
presidência e esta será a Segunda vez que o ex-metalúrgico Luís Inácio Lula da
Silva se apresenta como candidato ao cargo.
Repetição de uma palavra
•
A propaganda,
seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetivos e aos
interesses da classe dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma
inversão: a propaganda sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo
de tal ou qual produto ou idéia não é o dono da empresa, nem os representantes
do sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda é mais um
veículo da ideologia dominante.
•
Manuel
da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior prêmio da loto. Peixoto disse
que ia gastar todo o dinheiro na compra de uma fazenda e em viagens ao
exterior.
•
Lygia
Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia
é autora de “Antes do baile verde”, um dos melhores livros de contos de nossa
literatura.
Metonímia
Metonímia é o processo de substituição de uma palavra por
outra, fundamentada numa relação de contigüidade semântica.
•
• O governo tem-se preocupado com os
índices de inflação. O Planalto diz que não aceita qualquer remarcação de
preço.
•
• Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris.
O Sena curvou-se diante de sua invenção.
Epítetos
Epíteto é a palavra ou frase que qualifica pessoa ou
coisa.
•
Glauber
Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema
brasileiro tenha morrido tão cedo.
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