Entender a forma correta dos textos, das figuras e dos
números é a melhor forma de comunicação e o que o torna mais capacitado do que
os demais.
Atualmente, há uma forte tendência de que as bancas cobrem questões de
interpretação de textos, vocabulário e a semântica – que quer dizer sentido -
das palavras dentro do contexto. Normalmente trazem dificuldades, pois as
questões são muito bem elaboradas e, por isso, exigem uma leitura muito atenta
tanto do texto quanto das questões.
O nível da compreensão nada mais é do que entender aquilo que está
escrito. Já o nível da interpretação pede que o leitor vá além do que está
escrito e faça suas inferências, que tem de estar relacionadas à lógica
textual, para chegar a determinadas conclusões com base naquilo que o autor do
texto escreveu.
A boa leitura, aquela que precisa ser feita para
interpretação de textos, basicamente, precisa alcançar dois níveis:
- o nível informativo e de reconhecimento;
- o nível interpretativo.
O primeiro deve ser feito de maneira cautelosa por ser o contato com
o novo texto. Dessa leitura, você deve extrair informações sobre o conteúdo
abordado e preparar-se para o próximo nível.
Na interpretação propriamente dita, você deverá destacar palavras-chave, o sentido que elas dão ao texto, passagens
importantes, bem como resumir a ideia
central de cada parágrafo em poucas palavras. Esse procedimento desperta
a memória visual e os os conhecimentos prévios o que favorece que você os relacione
com outros conhecimentos e o entenda bem o texto.
Atenção:
Grifar, circular e destacar pontos importantes faz
muita diferença e beneficia o estudo de interpretação de texto. É importante
marcar, de alguma maneira, a ideia principal de cada parágrafo, pois, dessa
forma, você conseguirá, automaticamente, fazer um resumo e enxergar o texto de
maneira mais simples.
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja
subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do
texto, a fim de responder às questões que a banca considerar pertinentes.
No caso de textos literários, é preciso levar em consideração
uma visão global dos momentos literários e dos escritores ou a interpretação
pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na
referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.
A segunda fase da interpretação concentra-se nas perguntas e
opções de respostas. Aqui é fundamental a atenção total para palavras como: não, exceto, errada, respectivamente e outras que fazem toatal diferença na escolha adequada.
Fique atento: algumas vezes, a banca trabalha-se com o conceito do mais
adequado ou o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma
resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como
gabarito pela banca examinadora por haver outra
alternativa mais completa.
Existem ainda, as situações em que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Não deixe de retornar ao texto, mesmo que
aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização
de palavras ou frases, algumas vezes, são
também um recurso para deixar você em dúvida quanto à resposta correta.
Leia a frase anterior e a
posterior para entender sentido global proposto pelo autor, e
você marcar a resposta mais consciente e segura.
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Resolva os exercícios para ajudá-lo a gravar o que acabou de aprender.
- Antes de ler o texto, leia as questões de interpretação, para então
fazer uma leitura mais atenta e objetiva em relação àquilo que lhe foi
perguntado. Isso economiza tempo e desgaste.
Responda as questões de 1 a 10 de acordo com o texto abaixo:
Texto l
O primeiro dever passado pelo novo
professor de português foi uma descrição tendo o mar como tema. A classe
inspirou-se, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes
navegados; o episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada.
Prisioneiro no internato, eu vivia na
saudade das praias do Pontal, onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de
Ilhéus foi o tema de minha descrição.
Padre Cabral levara os deveres para
corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a
existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que
escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor
daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu
acabara de completar onze anos.
Passei a ser uma personalidade,
segundo os cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, dos campeões de
matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espécie
de Círculo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me
sentir prisioneiro, sensação permanente durante os dois anos em que estudei no
colégio dos jesuítas.
Houve, porém, sensível mudança na
limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteção e
colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro "As Viagens de
Gulliver", depois clássicos portugueses, traduções de ficcionistas
ingleses e franceses. Data dessa época minha paixão por Charles Dickens.
Demoraria ainda a conhecer Mark Twain, o norte-americano não figurava entre os
prediletos do padre Cabral.
Recordo com carinho a figura do
jesuíta português erudito e amável. Menos por me haver anunciado escritor,
sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da
criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer
mais leve a minha prisão, minha primeira prisão.
Jorge Amado
Questões
1. Padre Cabral, numa determinada
passagem do texto, ordena que os alunos:
a)façam uma descrição sobre o mar;
b)descrevam os mares encapelados de
Camões;
c)reescrevam o episódio do Gigante
Adamastor;.
d)façam uma descrição dos mares nunca dantes
navegados;
e)retirem de Camões inspiração para
descrever o mar.
2. Segundo o texto, para executar o
dever imposto por Padre Cabral, a classe toda usou de um certo:
a)conhecimento extraído de "As
viagens de Gulliver";
b)assunto extraído de traduções de
ficcionistas ingleses e franceses;
c)amor por Charles Dickens;
d)mar descrito por Mark Twain;
e)saber já feito, já explorado por célebre
autor.
3.Apenas o narrador foi diferente,
porque:
a)lia Camões;
b)se baseou na própria vivência;
c)conhecia os ficcionistas ingleses e
franceses;
d)tinha conhecimento das obras de
Mark Twain;
e)sua descrição não foi corrigida na
cela de Padre Cabral.
4.O narrador confessa que no internato lhe
faltava:
a)a leitura de Os Lusíadas;
b)o episódio do Adamastor;
c)liberdade e sonho;
d)vocação autêntica de escritor;
e)respeitável personalidade.
5.Todos os alunos apresentaram seus
trabalhos, mas só foi um elogiado, porque revelava:
a)liberdade;
b)sonho;
c)imparcialidade;
d)originalidade;
e)resignação.
6.Por ter executado um trabalho de
qualidade literária superior, o narrador adquiriu um direito que lhe agradou
muito:
a)ler livros da estante de Padre
Cabral;
b)rever as praias do Pontal;
c)ler sonetos camonianos;
d)conhecer mares nunca dantes
navegados;
e)conhecer a cela de Padre Cabral.
7.Contudo, a felicidade alcançada
pelo narrador não era plena. Havia uma pedra em seu caminho:
a)os colegas do internato;
b)a cela do Padre Cabral;
c)a prisão do internato;
d)o mar de Ilhéus;
e)as praias do Pontal.
8.Conclui-se, da leitura do texto,
que:
a)o professor valorizou o trabalho
dos alunos pelo esforço com que o realizaram;
b)o professor mostrou-se satisfeito porque um
aluno escreveu sobre o mar de Ilhéus;
c)o professor ficou satisfeito ao ver
que um de seus alunos demonstrava gosto pela leitura dos clássicos portugueses;
d)a competência de saber escrever
conferia, no colégio, tanto destaque quanto a competência de ser bom atleta ou
bom em matemática;
e)graças à amizade que passou a ter
com Padre Cabral, o narrador do texto passou a ser uma personalidade no colégio
dos jesuítas.
9.O primeiro dever... foi uma
descrição... Contudo nesse texto predomina a:
a)narração;
b)dissertação;
c)descrição;
d)linguagem poética;
e)linguagem epistolar.
10.Por isso a maioria dos verbos do
texto encontra-se no:
a)presente do indicativo;
b)pretérito imperfeito do indicativo;
c)pretérito perfeito do indicativo;
d)pretérito mais que perfeito do
indicativo;
e)futuro do indicativo.
Releia a primeira estrofe e responda
as questões de 11 a 13
Texto ll
Cheguei, Chegaste, Vinhas fatigada E
triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada. E a alma
de sonhos povoada eu tinha.
11.À ordem alterada, que o autor
elabora no texto, em busca da eufonia e ritmo, dá-se o nome de:
a)antítese;
b)metáfora;
c)hipérbato;
d)pleonasmo;
e)assíndeto.
12.E a alma de sonhos povoada eu
tinha. Na ordem direta fica:
a)E a alma povoada de sonhos eu
tinha.
b)E povoada de sonhos a alma eu
tinha.
c)E eu tinha povoada de sonhos a
alma.
d)E eu tinha a alma povoada de
sonhos.
e)E eu tinha a alma de sonhos
povoados.
13.Predominam na primeira estrofe as
orações:
a)substantivas;
b)adverbiais;
c)coordenadas;
d)adjetivas;
e)subjetivas.
GABARITO
01. A
02. E
03. B
04. C
05. D
06. A
07. C
08. D
09. A
10. C
11. C
12. D
13. C
14. D
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Abraços!
Fátima Oliveira
Mestre em educação. Especialista em
literatura, retórica, argumentação e PNL. Graduada em
Letras, Pedagogia e Normal superior. Professora de
redação em cursinhos pré-vestibulares em cidades como
Uberlândia e Rio de janeiro. Fundadora e idealizadora da
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