PROPOSTA
A
ORIENTAÇÃO
GERAL
Leia com
atenção todas as instruções.
A) Dê um
título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação
escolhida que você pretende abordar. Escreva o título no lugar apropriado na
folha de prova.
B) Não se
esqueça de que você deverá fazer um texto expositivo ou argumentativo.
C) Utilize
trechos dos textos motivadores, parafraseando-os.
D) Não
copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
E) Se você
não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que
escolheu, sua redação será penalizada.
Sim, aparência importa
Há mais de uma
semana, pessoas em ambos os lados do Atlântico têm usado a história de Susan
Boyle - a solteirona escocesa desleixada que chegou à fama cantando no programa
de TV "Britain's Got Talent" - como um exemplo de quão superficiais
nos tornamos.
Antes de cantar,
Boyle parecia uma mera voluntária de igreja desempregada e desmazelada de 47
anos que morava sozinha com seu gato, Pebbles, e que, segundo ela, nunca teria
sido beijada (uma alegação que ela posteriormente retirou). Agora, após o vídeo
de sua apresentação ter se tornado viral, uma enxurrada de comentários se
concentra em como estereotipamos as
pessoas em categorias, como caímos vítima de preconceitos de idade e aparência,
e como temos que aprender, de uma vez por todas, a não julgar os livros pela
capa.
Mas muitos cientistas sociais e outros que estudam a ciência dos estereótipos dizem que há motivos para avaliarmos rapidamente as pessoas com base em sua aparência. Julgamentos rápidos a respeito das pessoas são cruciais para o modo como funcionamos, eles dizem - mesmo quando esses julgamentos são muito errados.
Eles até mesmo concordam com a própria Boyle, que disse após sua apresentação que apesar da sociedade ser rápida demais em julgar as pessoas pela aparência, "não há muito o que você possa fazer a respeito; é o modo como pensam; é o modo como são". Em um nível muito básico, julgar as pessoas pela aparência significa colocá-las rapidamente em categorias impessoais, assim como decidir se um animal é um cachorro ou um gato. "Estereótipos são vistos como um mecanismo necessário para entendimento da informação", disse David Amodio, um professor assistente de psicologia da Universidade de Nova York. "Se olharmos para uma cadeira, nós podemos categorizá-la rapidamente, apesar de existirem muitos tipos diferentes de cadeiras."
Mas muitos cientistas sociais e outros que estudam a ciência dos estereótipos dizem que há motivos para avaliarmos rapidamente as pessoas com base em sua aparência. Julgamentos rápidos a respeito das pessoas são cruciais para o modo como funcionamos, eles dizem - mesmo quando esses julgamentos são muito errados.
Eles até mesmo concordam com a própria Boyle, que disse após sua apresentação que apesar da sociedade ser rápida demais em julgar as pessoas pela aparência, "não há muito o que você possa fazer a respeito; é o modo como pensam; é o modo como são". Em um nível muito básico, julgar as pessoas pela aparência significa colocá-las rapidamente em categorias impessoais, assim como decidir se um animal é um cachorro ou um gato. "Estereótipos são vistos como um mecanismo necessário para entendimento da informação", disse David Amodio, um professor assistente de psicologia da Universidade de Nova York. "Se olharmos para uma cadeira, nós podemos categorizá-la rapidamente, apesar de existirem muitos tipos diferentes de cadeiras."
Eras atrás, esta
capacidade era de uma importância de vida ou morte, e os seres humanos
desenvolveram a capacidade de avaliar outras pessoas em segundos.
Susan Fiske, uma
professora de psicologia e neurociência de Princeton, disse que
tradicionalmente, a maioria dos estereótipos se divide em duas dimensões
amplas: se a pessoa parece ter intenção maligna ou benigna e se a pessoa parece
perigosa. "Em tempos ancestrais, era importante permanecer distante de
pessoas que pareciam furiosas e dominadoras", ela disse.
As mulheres também
são subdivididas em mulheres "tradicionalmente atraentes", que
"não parecem dominadoras, têm traços de bebê", disse Fiske.
"Elas não são ameaçadoras."
De fato, a atração é
uma coisa que reforça o estereótipo e faz com que se cumpra. Pessoas atraentes
têm "crédito de serem socialmente hábeis", disse Fiske, e talvez
sejam, porque "se uma pessoa é bonita ou simpática, as outras pessoas riem
das piadas dela e interagem com ela de uma forma que facilita a interação
social".
"Se uma pessoa não é atraente, é mais difícil conseguir todas estas coisas porque as outras pessoas não a procuram", ela disse.
"Se uma pessoa não é atraente, é mais difícil conseguir todas estas coisas porque as outras pessoas não a procuram", ela disse.
A idade também tem um
papel na criação de estereótipos, com as pessoas mais velhas tradicionalmente
vistas como "inofensivas e inúteis", disse Fiske. Na verdade, ela
disse, as pesquisas mostraram que os estereótipos raciais e étnicos são mais
fáceis de mudar ao longo do tempo do que os estereótipos de gênero e idade, que
são "particularmente aderentes".
Um motivo para nosso
cérebro persistir em usar estereótipos, dizem os especialistas, é por
frequentemente nos dar informação precisa de modo geral, mesmo que nem todos os
detalhes de encaixem. A aparência de Boyle, por exemplo, telegrafou
precisamente grande parte de sua biografia, incluindo seu nível socioeconômico
e falta de experiência mundana.
Seu comportamento no
palco reforçou uma imagem de pessoa de fora. David Berreby, autor de "Us
and Them", sobre o motivo das pessoas categorizarem umas às outras, disse
que os telespectadores também podem tê-la julgado severamente porque, nas
provocações com os juízes antes de cantar, ela parecia estar, desajeitadamente,
tentando se encaixar. "Ela tentou ser divertida, e quando lhe perguntaram
a sua idade, ela fez aquela dancinha", como se ela presumisse que nesses
programas "você supostamente precisa ser meio sensual e elegante, mas se
deu mal", disse Berreby. "Nada provoca mais nosso desprezo do que
alguém tentar ser aceitável e então fracassar."
Quando as pessoas não
se encaixam em nossas noções pré-concebidas, nós tendemos a ignorar as
contradições, até serem dramáticas demais para ignorar. Nestes casos, disse
John F. Dovidio, um professor de psicologia de Yale, nós nos concentramos na
contradição - a voz de Boyle, por exemplo. Apesar disso nos fazer vê-la mais
como um indivíduo, nós também "encontramos uma forma do mundo fazer
sentido de novo, mesmo que para isso digamos: 'Esta é uma situação
excepcional'. É mais fácil para mim manter as mesmas categorias na mente do que
chegar a uma explicação para as coisas que são discrepantes".
Mesmo diante de múltiplas exceções ao estereótipo, nós frequentemente mantemos a categoria geral e simplesmente criamos um subtipo, disse Dovidio.
Mesmo diante de múltiplas exceções ao estereótipo, nós frequentemente mantemos a categoria geral e simplesmente criamos um subtipo, disse Dovidio.
Por exemplo, o
presidente Barack Obama contrariou os estereótipos negativos a respeito dos
negros, mas algumas pessoas podem ter criado um subtipo de negros -
profissionais negros - em vez de contestar o estereótipo geral, disse Dovidio.
"Esta é a solução mais simples e que economiza energia
cognitivamente."
Os cientistas estão descobrindo que os estereótipos não estão simplesmente armazenados no cérebro e são recuperados por ele, mas "estão associados com regiões gerais do cérebro envolvidas na memória e no planejamento de metas", disse Amodio, sugerindo que "as pessoas recrutam estereótipos para ajudá-las a planejar um mundo consistente com a meta que possam ter".
Os cientistas estão descobrindo que os estereótipos não estão simplesmente armazenados no cérebro e são recuperados por ele, mas "estão associados com regiões gerais do cérebro envolvidas na memória e no planejamento de metas", disse Amodio, sugerindo que "as pessoas recrutam estereótipos para ajudá-las a planejar um mundo consistente com a meta que possam ter".
A pesquisa de Fiske
sugere que as pessoas de status baixo são registradas de forma diferente no
cérebro. "A parte do cérebro que normalmente é ativada quando você pensa
em pessoas fica surpreendentemente silenciosa quando você olha para moradores
de rua", ela disse. "É uma espécie de desumanização neural. Talvez
não consigamos suportar a situação horrível em que se encontram, ou não
queiramos nos envolver, ou talvez tenhamos medo de nos contaminar."
Mas, ela disse, a
resposta neural é restaurada quando é pedido para as pessoas se concentrarem em
que sopa os moradores de rua possam querer comer, algo que as faz pensar na
pessoa como alguém com desejos ou metas.
O fato de podermos
mudar nossas reações em relação às pessoas - o status de Boyle passou
instantaneamente de baixo para alto - também tem raízes em nossa psicologia,
disseram os cientistas.
Dovidio disse que encontrar discrepâncias nos estereótipos provavelmente "cria um tipo de estímulo autonômico" em nosso sistema nervoso periférico, provocando picos de cortisol e outros indicadores de estresse. "O estímulo autonômico nós motivará a fazer algo naquela situação", ele disse, especialmente se a situação é perigosa.Helen Fisher, uma professora de antropologia da Rutgers, teoriza que no caso de Boyle, os telespectadores também passaram por uma "onda de dopamina" com a surpresa agradável de ouvir a voz dela. "A novidade aumenta a dopamina no cérebro e faz você se sentir bem", ela disse.
Dovidio disse que encontrar discrepâncias nos estereótipos provavelmente "cria um tipo de estímulo autonômico" em nosso sistema nervoso periférico, provocando picos de cortisol e outros indicadores de estresse. "O estímulo autonômico nós motivará a fazer algo naquela situação", ele disse, especialmente se a situação é perigosa.Helen Fisher, uma professora de antropologia da Rutgers, teoriza que no caso de Boyle, os telespectadores também passaram por uma "onda de dopamina" com a surpresa agradável de ouvir a voz dela. "A novidade aumenta a dopamina no cérebro e faz você se sentir bem", ela disse.
Isto pode ajudar a
explicar por que tantas pessoas foram atraídas pela história de Susan Boyle.
Mas o fato de aceitarem a ela e outros azarões subestimados dificilmente mudará
nosso gosto pelo estereótipo.
A sociedade moderna, com sua consciência dos preconceitos ao longo da história e sua capacidade sem precedente de apresentar tantos tipos diferentes de pessoas umas às outras, pode diluir ou mesmo neutralizar algumas noções pré-concebidas. Mas outras persistirão e novas surgirão, dizem os especialistas.
Este pode ser o motivo para, mesmo após ter expressado a esperança de que "talvez isso possa tê-los ensinado uma lição, ou dado um exemplo", Boyle ter começado a mudar sua aparência nos últimos dias, usando maquiagem, tingindo seu cabelo grisalho e vestindo roupas mais elegantes.
A sociedade moderna, com sua consciência dos preconceitos ao longo da história e sua capacidade sem precedente de apresentar tantos tipos diferentes de pessoas umas às outras, pode diluir ou mesmo neutralizar algumas noções pré-concebidas. Mas outras persistirão e novas surgirão, dizem os especialistas.
Este pode ser o motivo para, mesmo após ter expressado a esperança de que "talvez isso possa tê-los ensinado uma lição, ou dado um exemplo", Boyle ter começado a mudar sua aparência nos últimos dias, usando maquiagem, tingindo seu cabelo grisalho e vestindo roupas mais elegantes.
"A matéria-prima
de dizer que você está comigo e ela não está é algo que está sempre
presente", disse Berreby. "Não é algo que inventamos por causa da TV
ou do carro. Também não é algo ligado à vida moderna. É algo inerente à
mente."
Tradução: George El Khouri Andolfato
(BELLUCK, Pam. The New York
Times, 26 abr. 2009.)
PROPOSTA B
Primeira escola gay do País
tem até lista de espera
A primeira escola brasileira de cultura gay é um dos 300 projetos culturais financiados por Estado e União
A primeira escola brasileira de cultura gay é um dos 300 projetos culturais financiados por Estado e União

O futuro diretor da
Escola Jovem LGBT, Deco Ribeiro
(Foto: Dominique Torquato / AAN)
(Foto: Dominique Torquato / AAN)
A primeira escola
brasileira de cultura gay, situada em Campinas, um dos 300 projetos culturais
financiados por um convênio firmado entre o Estado e a União, já definiu a
lista de 60 alunos que, a partir de março, vão formar as primeiras turmas do
curso de dança, web TV e fanzine. Os jovens classificados, com idade entre 14 e
30 anos (que devem confirmar a matrícula até no próximo dia 6, sábado), estão
relacionados no www.e-jovem.com , página virtual onde cerca de 2 mil
adolescentes campineiros difundem o respeito à diversidade sexual. A seleção
foi feita a partir de uma lista com 120 inscritos, do Brasil todo. Com isso,
além de preencher todas as vagas, a escola já tem uma fila de espera de 60
alunos.
Cada turma terá
20 alunos, e as aulas serão semanais (aos sábados). Cada aula vai ter três
horas de duração. Para combater o preconceito, o objetivo do grupo é oferecer
atividades inclusivas, abertas a adolescentes de qualquer orientação sexual.
Tanto é que, entre os 60 classificados, há alunos heterossexuais. Todos eles estão
recebendo, por e-mail, o aviso da classificação e sendo orientados sobre onde e
como entregar a documentação necessária. A direção do e-jovem não divulga,
publicamente, o nome completo de nenhum deles. Também são preservados os nomes
dos professores já escolhidos, ou dos que ainda se inscrevem para ministrar
aulas.
Disponível
em < http://cosmo.uol.com.br/noticia/46331/2010-02-03/primeira-escola-gay-do-pais-tem-ate-lista-de-espera.html
>, acesso em 07 fev. 2010.
Você
acabou de ler uma notícia sobre algo que pode ser interpretado de pelo menos
duas formas: combate legítimo ao preconceito ou uma forma de segregação, de
ratificação do preconceito. Escreva uma dissertação argumentativa
posicionando-se a respeito.
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