quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A gramática que não ensina o certo (nem o errado)

Linguista defende o ensino do português falado no Brasil. Para ele, a aprendizagem da língua deveria ocorrer de um modo exatamente contrário ao vigente: "do texto à sílaba, e não o inverso".
Por: Thiago Camelo
Publicado em 03/08/2010 | Atualizado em 03/08/2010
A gramática que não ensina o certo (nem o errado)
O linguista Ataliba Teixeira de Castilho é tietado na SBPC. Dezenas de professores-fãs foram assistir à sua conferência (foto: Thiago Camelo).
Quinta-feira passada, reta final da reunião anual da SBPC. Em Natal (RN), o renomado linguista Ataliba Teixeira de Castilho faz conferência sobre uma das correntes de estudo que ele ajudou a fundar: a pesquisa sobre o português brasileiro.
Ataliba tem fala bem mansa e simpática. Não imposta a voz. Ao contrário, às vezes come letras, suprime sílabas. E a verdade é que não tem a melhor das dicções. Parece saber disso e não ligar.
Não liga, muito provavelmente, porque defende justamente o estudo do português falado nas ruas. Coordena, inclusive, um grupo de nome autoexplicativo, o Para uma História do Português do Brasil.
O PHPB, como é mais conhecido, é um congregação de professores espalhados por 11 estados do país que se propõe a pesquisar, de modo colaborativo e coletivo, os meandros do português brasileiro.
Dos estudos desse grupo, já saíram dezenas de livros sobre o tema. O mais conhecido é o projeto de cinco volumes da Gramática do português culto do Brasil.
Este ano, Ataliba lançou o seu novo livro: a Nova gramática do português brasileiro
Este ano, Ataliba lançou o seu novo livro. Mais uma tentativa de se aprofundar no português falado por aqui. É a Nova gramática do português brasileiro.
Na SBPC, seguimos o professor no caminho até a livraria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (a UFRN sediou o evento). Era dia do lançamento de seu novo livro por lá.
Nova gramática
Ataliba – tratado como estrela pop pelos professores que acompanharam sua conferência – parecia alheio à badalação ao seu entorno. É de tipo raro, daqueles que parecem viver desligados da vaidade e das chancelas acadêmicas (ele tem vínculo como professor e pesquisador na Universidade Estadual de Campinas e na Universidade de São Paulo).
No percurso dentro do campus, o linguista conversou conosco sobre a situação atual do português brasileiro no país.
"Português não é uma língua difícil, é uma língua mal ensinada", diz o professor.
CH On-line: Ainda há sentido na expressão 'língua culta'?
Ataliba Teixeira de Castilho: A opção pela língua culta é puramente política. A língua culta é a língua do Estado. A questão é que não há uma diferença muito grande entre a língua culta e a popular, das pessoas não escolarizadas. O que nós notamos nesses últimos anos é que houve uma aproximação bem grande entre ambas. Isso relativizou um pouco este rótulo 'língua culta'.
Eu acho que o ensino deveria tirar o foco dessa questão e se voltar mais para a forma como um falante comum produz a linguagem. É um deslocamento de ponto de vista importante para o ensino, porque não é excludente. Ao contrário, é mais científico e mais interessante.
Mas aí vem a questão: como inserir o ensino do português brasileiro nas salas de aula do ensino básico?
"Uma boa estratégia de ensino é refletir com os alunos sobre como essa língua foi adquirida e como eles se desenvolvem ao falar o português"
A questão agora realmente é produzir uma gramática para o uso escolar. Bom, os alunos já falam a língua. Uma boa estratégia é refletir com os alunos sobre como essa língua foi adquirida e como eles se desenvolvem ao falar o português. Que mecanismos mentais acionam para poder falar e escrever. Ou seja, fazer uma espécie de arqueologia da língua que eles já falam e já escrevem antes de tentar aprimorar uma coisa ou a outra.
Agindo assim, você ajuda o aluno a ter um entendimento linguístico melhor, o que acaba se refletindo na sua vida prática.
E como se daria, no dia a dia, esse tipo de ensino?
A primeira pergunta seria a seguinte: o que acontece quando as pessoas conversam? Que conhecimento linguístico nós revelamos enquanto conversamos?
Depois de esgotar essa agenda em sala de aula, a ideia é produzir um texto e perguntar: como esse texto está organizado, como a linguagem difere de uma interação livre? Que tipo de processo se desenvolveu? Falar da elaboração e das intercalações do tema, das voltas que a gente dá.
A terceira etapa é focalizar a parte menor que está dentro do texto. Essa unidade é a sentença. Aqui vamos verificar como se estruturou a sentença, que tipo de sintaxe se juntou, que tipos essa sentença tem...
E o ensino das regras de gramática que conhecemos hoje?
Só depois de tudo isso entramos nessas questões mais profundas. E sempre a partir do material fornecido pelos próprios alunos. Indicando ao estudante: "olha o conhecimento que você já tinha e não tinha consciência que tinha".
Quando esgotarmos a pauta da sintaxe, vamos para a morfologia, que é a estrutura das palavras, e finalmente para a fonética.
No fundo, eu proponho uma estrutura inversa da convencional. Proponho que se comece pelo texto para, só no final, chegar nos sons. Ou seja, nas vogais, consoantes e sílabas.
Não podemos começar ensinando algo abstrato na vida dos alunos. Depois saem por aí dizendo que português é uma língua difícil. Não é uma língua difícil. É uma língua mal ensinada.   

Thiago Camelo

Ciência Hoje

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Escola de competências ...Lançamento de diversos cursos em março de 2011!


Criatividade em Produção TextualEscrita e medo
Uma excelente oportunidade para começar o semestre letivo dedicando-se ao aprimoramento do seu texto, de forma lúdica e eficaz! A prova de Redação ou Produção Textual é fator cada vez mais decisivo em concursos, vestibulares e como classificatória, na nova prova do Enem. Além de ser critério de desempate em muitas provas, seu peso relativo tem-se tornado maior, em diversas instituições.  E ainda, nas PROVAS ABERTAS, em qualquer disciplina, a CLAREZA, a COERÊNCIA, a COESÃO e o PODER DE SÍNTESE são ingredientes indispensáveis, representando a diferença, na hora da disputa por uma vaga.
Discutiremos ainda, as relações secretas, mas cruciais, que ligam o medo à criação de textos e à própria existência.
Pensar o medo de escrever, pensar a resistência à escrita, é sempre uma das maneiras mais interessantes e potentes de libertar-se para o ato de escrever. Como idéia guia uma frase de Clarice Lispector: “Com medo ninguém escreve.”

Carga horária
- Doze horas-aula, distribuídas em quatro semanas.

Escola de competências
Rua duque de Caxias, 720
Fones: 3224 5586 – 9149 2401 

Oficinas para professores
As vagas serão limitadas
A lista de material da oficina escolhida será entregue no ato da inscrição ou enviada por email.

Contando histórias: imaginação e encantamento
Acontece: dias 29 e 30 de março de 2011
Manhã: 7:30 h às 11:30 h
Tarde: 13h às 17h
Investimento: 80,00

Objetivos específicos da oficina
Sensibilizar a todos que se interessem pela arte de contar histórias da sua importância na formação do indivíduo quer como instrumento de ensino e autoconhecimento, como ferramenta na busca de uma maior expressividade artística e verbal ou como elemento dinamizador de grupos e da leitura em instituições;
* Incentivar educadores e interessados em geral a utilizar a narração de histórias como valioso recurso na educação e formação do ser humano.


Oficina de produção de materiais de alfabetização
Acontece: dia  06 de abril de 2011
Manhã: 7h às 12h
Tarde:13:30 às 18:30
Investimento: 80,00
Jogos na educação matemática: aprendizagem e prazer.
Acontece: dias 12 e 13 de abril
Manhã: 7:30 h às 11:30 h
Tarde: 13h às 17h
Investimento: 80,00

Práticas de leitura, escrita e reflexão  -  curso para crianças
Trata-se de um curso para crianças que inclui as habilidades como ouvir, falar, ler, escrever e pensar.

Aulas modernas e dinâmicas e que iniciam os pequenos à reflexão e estimulo à leitura.
“Guimarães Rosa me disse uma coisa que jamais esquecerei tão feliz me senti na hora: disse que me lia "não para a literatura, mas para a vida"
Clarice Lispector.

·        As atividades serão específicas por faixa etária

Carga horária:  Semestral - 18 aulas
Turmas: Manhã e tarde
8 h às 12h  e  13h às 17hs
Início : 18 de março
Valor: 5 parcelas de R$ 130,00

Aprender assusta? Ler é complicado?

Dinamize-se - Atualize-se - Qualifique-se 

Falar em público (oratória), leitura dinâmica, técnicas de memorização e gerenciamento do tempo são vantagens dos  profissionais da Era da competência.

Carga horária
Dezesseis horas-aula.
Início das aulas
16 de março de 2011

Nós da ESCOLA DE COMPETÊNCIAS formamos uma equipe que acredita na Educação para o Desenvolvimento Humano como principal foco de sua atuação cotidiana. Apostamos na criatividade como uma competência, que pode ser gerida, incrementada e potencializada, por meio de técnicas específicas, eficazes, multidisciplinares, que investe na transdisciplinaridade, encarando o aprendiz como fonte transbordante de possibilidades.Protagonistas de sua história de aprendizagem.  Venha nos conhecer!


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