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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Texto para interpretação: TEMPO DE VIOLÊNCIA
TEXTO
PARA INTERPRETAÇÃO
Texto
01
TEMPO DE
VIOLÊNCIA
Confesse, você tem medo. Medo
de ser a vítima de cena aí embaixo e de não saber como reagir. Mas fique
frio,isso é normal. A violência urbana está mesmo assustando todo mundo. E os
cientistas quebraram a cabeça para entender por que ela chegou a esse ponto.
Por Ricardo
Chaves Prado
Ele
surge do nada. Tem os músculos enrijecidos e uma arma na mão. Está assustado
quanto você, mas a voz sai forte: “É um assalto!”. Se você ficar calmo e
contornar a situação desfazendo-se de dinheiro, relógio e outras bagatelas,
restaram o susto, a raiva de ter sido roubado e o medo de sofrer outra
violência. Talvez sirva de consolo saber que nas duas horas que seu corpo
precisará para recuperar a normalidade, onze habitantes de São Paulo estarão
passando por sufoco idêntico. E nesse mesmo período alguém morrerá assassinado
porque um dos dois lados pisou na bola na hora H. Se for no Rio, serão duas
mortes. Enfim, se você anda com medo da onda de violência, é sinal de que está
atento à realidade. Em um ano houve um salto de 11, 1% no número de homicídios
em São Paulo. E
em cidades menores as taxas também cresceram. A compra de armas aumentou 130% de
junho a julho (um mês!) na capital paulista. Dos 3 224 revólveres e outros
engenhos do gênero registrados nesse julho assaltado, quase 1000 foram para
empresa de segurança privada. Os demais devem estar em gavetas, criados-mudos ou
porta-luvas, aguardando a visita sorrateira e aumentando o risco de mortes
acidentais.
O pior é que essa ansiedade por
proteção parece alimentar a violência, segundo os especialistas. “A pessoa que
se arma para se defender está se
identificando com o agressor”, analisa a psiquiatra Patrizia Streparava, da
Universidade Federal de São Paulo, na mesma linha de pensamento do filósofo
Jean-Paul Sartre, para quem a violência sempre se faz passar por uma resposta à
violência alheia. Afinal, violentos são os outros? Alguém nasce violento ou é o
meio ambiente que o deixa o homem assim? A ciência tem se esforçado para
responder a essa questão. Você vai ver aqui até onde ela conseguiu chegar.
A genética pode explicar a
agressividade?
Neurologistas, geneticistas
e psicólogos trabalham duro atrás de uma explicação. Entender o comportamento
humano não é fácil. E quando se trata de um mau comportamento, pior ainda. Em
setembro do ano passado a Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, sediou a
conferência sobre Pesquisas em Genética e Comportamento Criminoso. O encontro
virou o centro de uma grande polêmica. Ativistas dos direitos humanos reclamaram
que esse tipo de estudo desvia a atenção das causas sociais do problema e corre
o risco de ajudar a corroborar políticas racistas. Pode ser. Mas não dá para
ignorar as pesquisas. Em 1993,
a análise do DNA de integrantes de uma família holandesa na
qual se registravam vários casos de conduta violenta levou à conclusão de que um
defeito genético era o responsável pelos acessos. Os estudos do psicólogo Herman
Witkin com 4 139 recrutas do Exército da Dinamarca, em 1976, já iam pelo mesmo
caminho. Witkin achou doze soldados com a formação cromossômica XYY,
relativamente rara, e comparou que 41,7% deles tinham cometido crimes no
passado. Entre os demais, o índice de criminalidade era de 9%. “Acredito que
seja na interação entre essas tendências genéticas e as influências do ambiente
que está a explicação para a agressividade”. Pondera Oswaldo Frota-Pessoa, do
Departamento de Biologia da Universidade de São Paulo (USP). O diretor de
Neuropsiquiatria da Universidade de Massachusestts, Craig Ferris, concorda. “O
comportamento é 100% hereditário e 100% ambiental”, ironiza. Essas teses têm
animado os advogados, que andam atormentando os cientistas em busca de
argumentos para livrar seus clientes. Por enquanto, sem sucesso.
O que as drogas têm a ver
com isso?
“Para
fazer uma coisa dessa, o moleque estava drogado”. Este é o comentário mais comum
de se ouvir após um crime bárbaro. Funciona como uma explicação sacada do bolso
do colete que, de certa forma, reconforta. Mas é correto pensar assim? Não, na
opinião do psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Programa de
Orientação e Atendimento ao Dependente (Proad), da Universidade Federal de São
Paulo. “Não existe o efeito puro da droga, mas um contexto no qual seu uso é
inserido”, diz Silveira. Claro que há uma reação química no cérebro, que pode
até predispor à agressividade, dependendo da substância. “Mas tudo indica que,
quanto mais repressora a polícia de controle, mais as drogas são associadas à
violência”, alerta o médico. Uma experiência recente na cidade de Widnes, na
Inglaterra, parece confirmar sua tese. Um grupo de 180 dependentes passou a
receber drogas legalmente. “Comparando suas fichas criminais dos dois anos
anteriores com as dos dois posteriores ao início da experiência, constatou-se
uma redução de 93, 5% nas inflações”, conta o antropólogo Anthony Hernman, do
Hospital Beth Israel, em Nova
Yorque , que participou do projeto. Hernman acredita que a
ilegalidade leva ao crime principalmente porque as questões pendentes não podem
ser resolvidas na Justiça. Claro, é impossível processar um fornecedor de
cocaína como se faz com outros produtos. Mas a coisa não é assim tão simples.
Ironicamente, a droga mais associada à violência é o álcool, que é legal. O seu
efeito desinibidor e a facilidade com que é consumido faz dele o principal vilão
daquelas cenas nas quais um perde a cabeça e o outro a vida.
A culpa está nas
cidades?
A tentativa de explicar a
violência tem levado muito cientista a olhar também para fora do indivíduo, para
o ambiente que o rodeia, ou seja, as cidades. Ali, a conjunção de fatores
aparentemente ligados à questões é de deixar tonto. Há problemas como a má
distribuição de renda, o desemprego, o narcotráfico, o despreparo da polícia, a
precariedade do sistema judicial e até a tensão de se viver em lugares feios,
sujos e barulhentos. Só para ficar em alguns exemplos. E há também o medo. Os
americanos gastam em segurança privada quase o dobro do que o governo investe na
polícia. Em 1993, eram 65 bilhões de dólares contra 35 bilhões, segundo cálculo
da socióloga Sophie Body-Gendrot, do Instituto de Estudos Políticos de Paris. E,
de acordo com Sophie, o enclausuramento em condomínios não contribui para
reduzir taxas de violência. Ao contrário. Os muros, garante a socióloga,
“reforçam a suspeita de todos contra todos”, o que só piora a situação. O
cientista político Paulo Sérgio Pinheiro do Núcleo de Estudos da Violência, da
USP, concorda. “Nunca vi pobres e elite tão separados. É como se fosse água e
óleo.” Normalmente isolados em seus próprios mundos, esses elementos, quando
juntos, podem explodir. Mas é uma reação cercada de fatores complexos. E a
ciência ainda tem muito trabalho pela frente para decifrar como ela realmente se
dá.
Revista Superinteressante,11/96
ANÁLISE DO
TEXTO
1)
Segundo a psiquiatra
Patrizia Streparava e o filósofo Jean Paul Sartre:
a)
A pessoa que se arma está agindo corretamente
porque responde à violência do outro com atitude de legitima
defesa;
b)
O aumento do número de armas
é uma resposta justa à ansiedade por proteção e não estimula o aumento da
violência;
c)
A pessoa que usa armas para
se defender está se tornando muito parecida com o agressor, contribuindo para
ampliar a mesma violência de que é vítima;
d)
A violência faz parte da
natureza humana e pode ser resposta à necessidade de adaptação para a
sobrevivência.
2)
Indique a alternativa que
não pode ser deduzida do texto:
a)
as explicações genéticas
sobre a violência têm animado os advogados porque poderiam justificar o ato
criminoso de um cliente como uma tendência hereditária (de nascença) e não como
ato consciente que merece punição;
b)
a
compreensão do comportamento violento de ser procurada tanto nos fatores
genéticos como nos fatores ambientais;
c)
Há também pesquisas sendo
elaboradas para estudo do comportamento não agressivo;
d)
O
indivíduo de formação cromossômica XYY pode ter maior predisposição à
agressividade.
3)
Considere as proposições
abaixo sobre a crítica que fazem os ativistas dos direitos humanos a resposta a
respeito dos estudos genéticos sobre a violência:
I - Caso o estudo de
características genéticas responsáveis pela violência apontasse tendências
maiores em um povo ou raça, haveria o perigo de discriminação contra todo esse
grupo, sem o cuidado de avaliar o comportamento real de cada
indivíduo.
II – Atribuir a
características ligadas ao nascimento a responsabilidade por tendência a
comportamentos violentos poderia fazer com que se perdesse de vista o fato de
que existem muitos outros fatores sociais responsáveis por ser violento, ou não,
o comportamento.
III – Para os ativistas, o
estudo da violência – do ponto de vista genético – relacionado às influências do
ambiente pode auxiliar a compreensão da agressividade.
Está correto o que se afirma
SOMENTE em:
a) I b) II c) I e II d) I e III e) II e III
4)
A partir do texto é possível
dizer que:
a)
as drogas induzem sempre ao
comportamento violento;
b)
todas as drogas produzem no
cérebro um efeito químico que predispõe o indivíduo à violência;
c)
a
repressão ao uso de drogas pode intensificar o comportamento violento do
usuário;
d)
o
fato de o álcool não ser uma droga ilegal, e ainda assim ser o principal
responsável pela violência, mostra que a liberação das drogas não seria uma
solução válida.
5)
A tese central do texto
é:
a)
a
genética demonstra que existem fatores hereditários responsáveis pela
violência;
b)
a
representação ao uso de drogas pode até intensificar a violência de seus
usuários;
c)
ainda há muito o que estudar sobre as causas
da violência, porém a resposta deve ser procurada a partir da interação de
vários fatores;
d)
as péssimas condições de
vida nas cidades são um dos principais motivos para a grande incidência de
comportamentos violentos.
06) Considerando as
proposições abaixo:
I – ao afirmar que o
comportamento é 100% hereditário e 100% ambiental, Craig Ferris quer dizer que
nenhum desses fatores explica a violência;
II – a população urbana está
criando grupos sociais isolados que a partir da justificativa de autodefesa têm
provocado discriminação de ricos contra pobres que aumenta o ódio de um contra o
outro.
III – as cidades possuem um
conjunto de situações ambientais que colaboram muito para o desenvolvimento de
comportamentos violentos.
De acordo com o texto, está
correto o que se afirma SOMENTE em:
a) I b)
II c) I- II d) I e III e) II e III
07) O texto informa que tem havido um grande crescimento na aquisição de armas de fogo pela população para autodefesa. Exponha a sua opinião sobre este fato, apresentando pelo menos duas razões a favor ou contra.
07) O texto informa que tem havido um grande crescimento na aquisição de armas de fogo pela população para autodefesa. Exponha a sua opinião sobre este fato, apresentando pelo menos duas razões a favor ou contra.
08) Qual a resposta que o texto oferece à pergunta: “Alguém nasce violento ou é
o ambiente que deixa
o homem assim?”
09)
Segundo o texto e refletindo sobre nossa sociedade atual quem é o maior
beneficiado com a chamada “cultura do medo”? Justifique sua
resposta.
10)
Diante de uma situação tão complexa que é a violência, em sua opinião quais
serão as possíveis saídas para esse problema?
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Curso intensivo de Redação - para vestibular e concursos em Uberlândia
Este curso tem como objetivo o aperfeiçoamento da habilidade da escrita na produção textual, considerando a norma culta da Língua Portuguesa.
Aulas para grupos reduzidos. Atendimento personalizado.
Atividades selecionadas e completas.
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Plantões tira dúvidas individuais.
Manhã: 8:00 às 10:30
Tarde: 14:00 às 16:30
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9149 2401 / 3224 5586
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quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Proposta de redação - Pós-modernidade: para mudar o mundo! Que mundo?
Utilizando versos do poema aabaixo, redija um texto dissertativo em que se caracterize o que alguns chamam de pós-modernidade.
Ideologia
(Cazuza/Frejat)
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...
Que aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...
O meu tesão
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
Ah! saber quem eu sou...
Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Pra viver...
Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver..
Ideologia!
Pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Curso técnico ou superior?
Quais
as vantagens de um curso técnico? Quais as habilidades e competências
necessárias para ingressar no mercado de trabalho? Se
é necessário curso superior ou não?
E por falar em segurança... O terrorismo e a globalização
Assistimos nos últimos dias, atentados criminosos contra
policiais e seus familiares, ônibus, bases da polícia militar em São Paulo, virou matéria principal na imprensa. É o
terrorismo no Brasil. O poder da bandidagem se destacando em relação ao poder
público.
Você já pensou isto acontecendo perto de nós? Sim, já está
acontecendo.Crimes comandados por bandidos presos através do celula..Isto
pode?
Confira as reportagens nos Links abaixo e responda as seguintes questôes:
1- O que alimenta estes crimes?
1- O que alimenta estes crimes?
2- Por que tanta violência?
3- Os governos não têm
capacidade de resolver este problema?
4- Onde está a lei e a ordem neste país?
5
Podemos confiar em nossa polícia?~
6- O que é o terrorismo?
7-Por
que ele acontece?
8- No Brasil existe terrorismo?
9- Qual é a relação do terrorismo
com a globalização ou Nova Ordem Mundial? 10-O que é Globalização?
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2012/11/dois-onibus-sao-incenciados-base-e-viatura-da-pm-sao-alvejadas-em-sc.html
http://www.plurall.com/forum/comunidade/papo-cabeca/8774-terrorismo-uma-chaga-da-globalizacao/
http://aprovadonovestibular.com/resumo-globalizacao-o-que-e-globalizacao.html
Respondendo às quetões você terá base argumentativa para escrever sobre o assunto.
Sucesso!
Professora Fátima Oliveira
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Curso Intensivo de Redação e Português - vestibular e concursos
|
Este
curso tem como objetivo o aperfeiçoamento da habilidade da escrita na
produção textual, considerando a norma culta da Língua Portuguesa.
Aulas para grupos reduzidos. Atendimento personalizado.
Atividades selecionadas e completas.
Plantões tira dúvidas individuais.
Início: 22/11/2012
Manhã: 8:00 às 10:30
Tarde: 14:00 às 16:30
Para maiores informações ligue para:
9149 – 2401 / 3224 - 5586
|
52171645
Para maiores informações ligue para:
9149 – 2401 / 3224 - 5586
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
QUER SE PREPARAR PARA O VESTIBULAR, PAAES E ENEM?
Vendo apostilas com análises das obras de leitura obrigatória para o PAAES, vestibular UFU e demais vestibulares do país.
APOSTILAS COM RESUMOS E ATIVIDADES COMENTADAS
DE TODOS OS LIVROS DE LEITURA OBRIGATÓRIA DO PROCESSO SELETIVO (UFU) E PAAES
(TODAS AS ETAPAS).
ENVIO POR E-MAIL PELO VALOR DE 35,00 (POR ETAPA).
TODAS AS OBRAS EXIGIDAS PARA ESSE ANO.
CONTATO PELO E-MAIL: fatimaassers38@hotmail.com
ENVIO POR E-MAIL PELO VALOR DE 35,00 (POR ETAPA).
TODAS AS OBRAS EXIGIDAS PARA ESSE ANO.
CONTATO PELO E-MAIL: fatimaassers38@hotmail.com
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Porposta de redação - Cativos pela violência
TEXTO I
Viver mata
Estamos criando um país de covardes.
Os muros do Brasil ficam cada vez mais altos – e cada vez mais adornados por acessórios tétricos como fios de alta tensão e lanças pontudas. Em São Paulo, apartamentos ficaram mais caros que casas. Há cada vez mais guaritas nas esquinas, cada vez mais grades nas janelas, cada vez mais holofotes nas calçadas, cada vez mais câmeras, cada vez mais voltas na fechadura e,o que mais me assusta, cada vez menos crianças brincando na rua. Os carros parecem cada dia mais com fortificações – são como jipes de guerra, isolados do mundo por detestáveis vidros fumê, que impossibilitam o contato visual. O Brasil está com medo.
Por que será?
Afinal, em termos concretos, o país não está ficando mais perigoso. Os índices de crimes violentos das nossas grandes cidades, embora continuem altos o suficiente para serem comparados sem muita desvantagem com zonas de guerra, estão caindo rapidamente. Os últimos 15 anos, que foram de estabilidade econômica e de redução da nossa astronômica desigualdade, foram também de diminuição consistente da criminalidade em boa parte do país. Mas a sensação de insegurança andou
na contramão – ela aumentou. Aumentou muito. Como explicar isso?
Talvez uma parte da história seja o grande aumento da classe média. Classe média é gente que tem algo a perder – portanto tem medo. Talvez outra parte da história seja a fixação mórbida que a sociedade da informação tem com violência. O tempo todo ouvimos histórias sanguinolentas, terríveis, assustadoras. Difícil não ter medo depois de ficar sabendo dessas coisas.
Acontece que medo é um sentimento perigoso. Mais gente com medo significa menos gente na rua – portanto mais crime. Significa mais gente armada, mais gente disposta a agredir os outros (porque comportamento agressivo é típico de gente assustada). Enfim, medo não funciona.
Eu morro de medo do efeito que esse medo pode ter no nosso futuro. Será que estamos criando uma geração de gente que não vai aprender a conviver com quem é diferente? Uma geração de gente que não cresceu na rua, que não teve que se virar gerenciando os riscos inerentes à vida? Uma geração de gente que não se garante? [...]
Viver é perigoso mesmo. Viver mata. Mas são os riscos que fazem a vida valer a pena. As ruas estão cheias de perigo – não nego isso. Mas é convivendo com esses perigos, encarando-os de olho no olho, que a gente se torna melhor, que a gente aprende a viver (“viver é conviver”, sempre diz minha tia-avó). Se o
Brasil aprender a vencer o medo, tem uma baita oportunidade de servir de exemplo para o mundo de
convivência na diversidade. Se não aprender, vai virar um país besta, sem nada de especial.
(Denis Russo Burgierman, http://veja.abril.com.br/blog/denis-russo –
17/02/2010)
Texto ll
Responda para aprender:
1)
Embora não seja recomendada em textos dissertativos e opinativos em geral, a
repetição recorrente de uma mesma palavra ou expressão pode ter uma finalidade
específica. No segundo parágrafo do texto II, o autor empregou a expressão
“cada vez mais” diversas vezes. O que essa repetição enfatiza?
2) No sexto parágrafo
de “Viver mata”, ao afirmar que “classe média é gente que tem algo a perder –
portanto tem medo”, o autor faz uso do raciocínio dedutivo como estratégia
argumentativa. Indique a premissa que está implícita nessa dedução, completando
o esquema abaixo:
Premissa 1:
___________________________
Premissa 2: A classe média tem algo a
perder.
Conclusão: Logo, a classe
média tem medo.
3) Explique de que forma o texto II
dialoga com o primeiro, levando em consideração a análise que Burgierman faz
das causas do medo em nossa sociedade.
Redija uma
dissertação argumentativa, de 25 a 30 linhas, em que se discorra sobre o medo
da violência urbana. Não se esqueça de atribuir um título ao seu
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