sábado, 2 de junho de 2012

Elementos da narrativa


Elementos da Narrativa
 
  • ·        Enredo
  • ·        Personagens
  • ·        Espaço
  • ·        Tempo
  • ·        Narrador
  • O Enredo
  É o conjunto de fatos ligados entre si que fundamentam a ação de um texto narrativo.
  O enredo pode ser organizado de diversas formas. Observe a seguir, a organização mais comum:
  situação inicial – personagens e espaço  são apresentados.
   estabelecimento de um conflito – surge uma situação a ser resolvida, que quebra a estabilidade de personagens e acontecimentos.
   desenvolvimento – busca de solução do conflito.
   clímax – ponto de maior tensão na narrativa.
   desfecho – solução do conflito.

O Espaço
Espaço é o lugar em que a narrativa ocorre.
A construção do espaço contribui para elaborar as personagens. Se o autor descreve uma personagem que mora na cidade, em uma casa grande e todo organizado, o leitor imagina certas características para essa personagem, diferentes das que suporia para alguém que sempre viveu num deserto, por exemplo.

O Tempo
Tempo em uma narrativa pode ser definido como a duração da ação. Pode ser cronológico ou psicológico.
  No tempo cronológico os fatos são apresentados de acordo com a ordem dos acontecimentos.
  Já o tempo psicológico é a maneira pela qual a passagem do tempo é vivenciada. O tempo nesse caso não é uma seqüência temporal linear, pois é medido pelas emoções e não pelo relógio.

Narrador
  Tudo na narrativa depende do narrador, isto é, a voz que conta a história. O ponto principal de uma narrativa é o seu ponto de vista, ou seja, a perspectiva, o modo de contar e de organizar o que é contado. Desse modo, o narrador funciona como um mediador entre a história narrada e o leitor.
  Basicamente, três tipos de ponto de vista, ou foco narrativo, determinam o tipo de narrador.

Tipos de Narradores

1 - Narrador-personagem: é o que conta a história da qual é participante. Ele é narrador e personagem ao mesmo tempo, e conta a história em 1ª pessoa:
Quando avistei-a sozinha na arquibancada da quadra, percebi que era a melhor oportunidade para definitivamente conhecê-la. Então pedi a meu melhor amigo Fabrício que me ajudasse com o plano que eu tinha bolado. Mas enquanto eu passava algumas coordenadas para Fabrício vi Marcos da 8ª série se aproximar e sentar ao lado dela. Será que eles estavam ficando? Mas logo o Marcos...
2 - Narrador-observador (neutro): é o que conta uma história como alguém que observa o que acontece. Transmite para o leitor apenas os fatos que consegue observar e conta a história em 3ª pessoa, como nesse trecho:
  Aos quatorze anos, Miguel Strogoff, que desde os onze acompanhava o pai nas freqüentes incursões pela estepe, matara seu primeiro urso. A vida na estepe dera-lhe uma força e resistência incomuns e o rapaz podia passar vinte e quatro horas sem comer e dez noites sem dormir, sem aparentar excessivo desgaste físico, conseguindo sobreviver onde outros em pouco tempo morreriam. Era capaz de guiar-se em plena noite polar, pois o pai lhe ensinara os segredos da orientação – valendo-se de sinais quase imperceptíveis na neve e nas árvores, no vento e no vôo dos pássaros. (Júlio Verne, Miguel Strogoff, p. 16
3 – Narrador intruso (onisciente): Não participa da história, mas faz várias intervenções com comentários e opiniões acerca das ações das personagens. O foco narrativo é em 3ª pessoa.
“Flávia logo percebeu que as outras moradoras do prédio, mães dos amiguinhos do seu filho, Paulinho, seis anos, olhavam-na com um ar de superioridade. Não era para menos. Afinal o garoto até aquela idade — imaginem — se limitava a brincar e ir à escola.”
“Se tinha medo, então era para a natação mesmo que ele iria entrar. Os medos devem ser eliminados na infância. Paulinho ainda quis argumentar. Sugeriu alpinismo. Foi a vez de os pais tremerem. Mas o medo dos pais é outra história. Paulinho entrou para a natação.”
                                                            (Carlos Eduardo Novaes. A cadeira do dentista e
                                                                   outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994. p. 15-7.
A Personagem
  É um ser criado para um texto narrativo. Pode simular as características de uma pessoa, pode ser um animal, sentimento ou objeto personificado.
  Numa narrativa, pode haver personagens principais, que ocupam o primeiro lugar num acontecimento, e personagens secundários.
Ao criar personagens devem-se desenvolver características físicas e psicológicas para elas. É preciso mostrar ao leitor como se parecem ou vestem, andam, falam, pensam, sentem. Alguns gêneros permitem descrições mais trabalhadas. Quando isso não é possível, descrever o espaço e uma característica da personagem já dá uma boa ideia de como ela é.
Exemplo de texto narrativo

Bezerro sem mãe
                                   Rachel de Queiroz
          Foi numa fazenda de gado, no tempo do ano me que as vacas dão cria. Cada vaca toda satisfeita com o seu bezerro. Mas dois deles andavam tristes de dar pena: uma vaca que tinha perdido o seu bezerro e um bezerro que ficou sem mãe.
           A vaquinha até parecia estar chorando, com os peitos cheios de leite, sem filho para mamar. E o bezerro sem mãe gemia, morrendo de fome e abandonado.
           Não adiantava juntar os dois, porque a vaca não aceitava. Ela sentia pelo cheiro que o bezerrinho órfão não era filho dela, e o empurrava para longe.
          Aí o vaqueiro se lembrou do couro do bezerro morto, que estava secado ao sol. Enrolou naquele couro o bezerrinho sem mãe e levou o bichinho disfarçado para junto da vaca sem filho.
          Ora, foi uma beleza! a vaca deu uma lambida no couro, sentiu o cheiro do filho e deixou que o outro mamasse à vontade. E por três dias foi aquela mascarada. Mas no quarto dia, a vaca, de repente, meteu o focinho no couro e puxou fora o disfarce. Lambeu o bezerrinho direto, como se dissesse: “Agora você já está adotado.”
        E ficaram os dois no maior amor, como filho e mãe de verdade.

Sucesso sempre!

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