As relações intertextuais entre os diferentes discursos são manifestadas sob várias modalidades. Entre estas destacam-se:
- A paráfrase: é a reprodução explicativa de um texto ou de unidade de um texto, por meio de uma linguagem mais longa. Parafrasear consiste em transcrever, com novas palavras, as idéias centrais de um texto. O leitor deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, reafirmar e/ou esclarecer o tema central do texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes de uma opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem fundamentadas. Portanto, a paráfrase repousa sobre o texto-base, condensando-o de maneira direta e imperativa. Consiste em um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitar um diálogo intertextual, recurso muito utilizado para efeito estético na literatura moderna.
- A paródia: A paródia, de forma tendenciosa, também pauta-se pela recriação de um texto, entretanto, utiliza-se de um caráter contestador voltado para a crítica, muitas vezes sob um tom jocoso. Como podemos constatar em:
- Paródia de Música Cerveja.
Texto Original: CERVEJA.
Hoje é sexta-feira, chega de canseira. Nada de tristeza, pegue uma cerveja. E põe na minha mesa. Hoje é sexta-feira, traga mais cerveja. Tô de saco cheio, tô pra lá do meio. Da minha cabeça.
Chega de aluguel, chega de patrão. O coração no céu. O sol no coração.
Pra tanta solidão:Cerveja, cerveja, cerveja, cerveja. Cerveja.(Leandro e Leonardo)
Paródia:CÊ VEJA.
É segunda-feira, dia de canseira. Chego em minha casa. Abro a geladeira. A situação tá feia.
É segunda-feira, só dá mais tristeza. Vou até a gaveta. Pego as minhas contas. Boto sobre a mesa.
Devo o aluguel. Já faz um tempão. Meu nome já está sujo. Venceu a prestação. É tanta conta irmão.
Cê veja, cê veja, cê veja, cê veja. Cê veja: a minha situação! (Chalimar Rocco) - Alusão ou referência: caracterizada pela menção que se atribui a um personagem, a um fato histórico ou até mesmo a um acontecimento marcante, mediante o ato de interlocução.
- No texto a "Missa do Galo", de Machado de Assis, o leitor encontra uma
cena em que o narrador se compara com D'Artangnan, personagem do romance
Os três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas. Esse fato se configura
como Refência pois cita o nome do personagem. No mesmo conto de
Machado, uma alusão à personagem feminina típica de Balzac,
caracterizada pela idade e pela solidão, a conhecida balzaquiana:
"Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ele trinta."
T rata-se de uma Alusão, porque, em vez de falar em balzaquiana, Machado, sutilmente, usa apenas a idade, trinta anos. Dá-se a Alusão pois a personagem também apresenta-se solitária e carente. - A epígrafe,:é uma citação em destaque, e vem do grego epigrafés que na tradução quer dizer, inscrição, título. Epígrafe é um chamamento de atenção, pode surgir em um livro, na citação de um autor, por exemplo, na abertura de um capítulo.Em algumas obras literárias encontra-se diversos tipos de epígrafe, como citações da Bíblia, versos de uma poesia, uma frase, um provérbio, o pensamento de um grande autor sobre o assunto que será tratado, como um resumo do que se vai ler em seguida. A epígrafe também é encontrada na inscrição de algum monumento, na referência ao objeto ou vulto que está sendo homenageado.
- A tradução: é uma atividade que abrange a interpretação do significado de um texto em uma língua, o texto fonte, e a produção de um novo texto em outra língua, mas que exprima o texto original da forma mais exata possível na língua destino; O texto resultante também se chama tradução.
- Atividade de vestibular sobre INTERTEXTUALIDADE:
- 3) Chama-se INTERTEXTUALIDADE o fato de um texto lembrar outro por palavras ou cenas retomadas.
Dá-se entre os textos um diálogo que se manifesta através da continuidade ou mesmo da ruptura absoluta.
- De posse dessas informações, assinale a alternativa em que não ocorre esse recurso.
- a) “Nossas flores são mais bonitas
Nossas frutas mais gostosas
Mas custam cem mil-réis a dúzia” (Murilo Mendes)
b) “Quando chegar a do negro véu,
eu nada lhe direi;
que palavras caberiam
ante o definitivo?” (Péricles E. da Silva Ramos)
c) “Bem que filho do Norte
Não sou bravo nem forte.
Mas, como a vida amei
Quero te amar, ó morte...” (Manuel Bandeira)
d) “Um dia o meu cavalo voltará sozinho
E assumindo
Sem saber
A minha própria imagem e semelhança
Ele virá ler
Como sempre
Neste mesmo café
O nosso jornal de cada dia
-inteiramente alheio ao murmurar das gentes...”(Mário Quintana)
e) “Homem, carne sem luz, criatura cega,
Realidade geográfica infeliz,
O universo calado te renega
E a tua própria boca te maldiz!” (Augusto dos Anjos)
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